Porto; Ponte, Vida - 2 : P. Futre & Luta de Classes
Para festejar o seu décimo aniversário, a revista So Foot, nascida com um capital de 450 euros, apresenta 198 páginas de entrevistas "orgásticas" com jogadores que marcaram e pontuam a história do futebol moderno.
Dado a conhecer, graças ao FC Porto, com a conquista da Liga dos Campeões Europeus em 1987, Paulo Futre é o único jogador Português presente no conjunto de entrevistados, destacando-se, assim, com Platini, Zidane, Ronaldinho, Hagi...
Após a consagração da Liga dos Campeões Europeus, Paulo Futre é transferido para o Atlético de Madrid por 400 milhões de pesetas (2,2 milhões de euros). A segunda maior transferência de sempre para aquela época. E esta transferência desagua, com o tempo, em outras. E, no âmbito da sua carreira, Paulo Futre, conhecerá Berlusconi e Bernard Tapie homens que, ainda hoje, são actores da actualidade internacional.
Nascido em 1966, numa família operária de Montijo, Paulo Futre, depressa toma consciência da sua condição social e define-se como anti-burguês. O seu primeiro salário é destinado a comprar um gira-discos e para ouvir a música de Queen e, se a história se repetisse, tornaria a fazer greve, como jogador, aquando a Copa do Mundo de 1986.
Poder-se-ia continuar a descrever a entrevista com Paulo Futre e, no fundo, poder-se-ia pensar que este depoimento não aponta nada de novo se não existissem estas palavras do mesmo Paulo Futre:
" ... (eu) não compreendia nada, não compreendia que se ganhássemos a final (LdC) todo o povo do Porto, ricos e pobres, ficaria feliz. E se perdêssemos todos chorariam. Porque só no Porto é que é assim."
Haverá melhor do que estas palavras para definir uma nação?
O Porto é uma nação!
Fonte: So Foot - 10 ans - n°108 - pp.180-184
Nuno