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COSMéTICAS.net

o «ESPAÇO» onde nem tudo o que parece é... música para os ouvidos !?

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o «ESPAÇO» onde nem tudo o que parece é... música para os ouvidos !?

Testemunhas de Jeová ......................................... ..........................A organização por trás do nome (*)

18.11.09 | Paulo Jerónimo

 

(*)crónicas congeladas

 


livre arbítrio: o pecado original«

 

 

 

 "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará ."  João 8:32

 

Nasci, mês 8 de 1975, no seio de uma família Testemunha de Jeová (aqui designadas por TJ).

Acreditei piamente naquela "fé", o que era normal devido a toda a envolvência que tive desde o berço.

Cresci e progredi no que se chama, e auto-intitula de "organização" e esta, a "Watch Tower" (Torre de Vigia) sede/mãe das TJ em Brooklyn, Nova Iorque, - não haja dúvidas - é uma das organizações mais bem organizadas do mundo...

Nesta 'organização', nada é descurado, nada é despercebido, praticamente tudo é crivado e 'purificado', para tudo há uma explicação, um raciocínio.

Esta Ordem Religiosa cresce, aos milhões, e socialmente pode-se considerar, porque o está, até que bem vista.

Os problemas surgem quando, como em tudo, à rua chegam informações supostamente confidenciais, as tidas por vulgo "fugas".

Exemplo disso, pode encontrar-se no facto das TJ terem pedido e consequentemente terem obtido, estatuto de ONG indo contra uma das suas próprias doutrinas, isto para poderem aceder a certas informações e publicações vedadas ao público em geral, e para isso tiveram portanto de se tornar membro aprovado e colaborativo da ONU, contraditória, abafada e paradoxalmente as suas próprias normas, que mantêm.

 

Note-se que a ONU segundo as interpretações bíblicas do Apocalipse pelas TJ, é nada mais nada menos que uma das feras abomináveis, figura simbólica, que aparecem no livro do Apocalipse, e de resto a grande culpada, segundo a ordem religiosa, do caos em que o mundo se encontra, e conforme as mesmas TJ profetizam desde os primórdios do seu início, finais do Séc. XIX.

 

Digno de nota é que a profecia das TJ que inclui a culpa de sangue da  ONU data de muito antes do nascimento desta própria organização.

A explicação? Oficialmente, a Watch Tower advoga o facto de a ONU surgir após a segunda guerra mundial, substituindo precisamente a organização criada com função e nome muito idênticos, a Sociedade das Nações fundada em Janeiro de 1919 nos subúrbios de Paris, e cujo objectivo passou inclusive para sua sucessora, ONU. Após a primeira grande guerra o propósito da fundação e manutenção da Sociedade das Nações passava por impedir  uma nova catástrofe militar à escala mundial. Fracassou por isso com o irrompimento da 2ª grande guerra, e daí o aparecimento da ONU em 1945 , na California, EUA, suportada por 51 países.

 

Poucas TJ, seja a nível local ou mundial, têm conhecimento/noção desta ligação blasfema da Watch Tower com a ONU, mas pior ainda, o cúmulo da ignorância, são outras e deveras mais preocupantes informações comprovadas, que a conta-gotas chegam aos canais e médias informativos, já apoiadas e sustentadas comprovadamente, em investigações.

Tal 'cúmulo da ignorância' parte pela grande maioria de TJ que confiam seus filhos desde tenra idade, sozinhos inclusive, com 4/5 anos, A QUALQUER outro servo TJ local adulto, para acompanhar no serviço de evangelização de porta em porta, incrivelmente desconhecendo, e isto suceder, perante o grande escândalo  e risco de pedofilia (que por estranho que pareça consegue manter-se desconhecido entre os fiéis da grande maioria dos países como o é, desconhecido, em Portugal) que rebentou sobretudo nos  EUA e Reino Unido o que gerou  um amplo movimento de cidadãos ex-TJ, vários que possuíam altos cargos na organização, e onde, regra geral, aqueles que eram os próprios abusados ou familiares denunciantes,  acabaram eles próprios excomungados, por se recusarem a omitir e/ou compactuar com a política abafadora demandada para inequívoco cumprimento pela Watch Tower, que assumiu, e tornou público a poucos anos, possuírem mais de 23 mil processos relacionados com pedofilia, só na sede central, Brooklym, Nova Iorque .

Para mais bizarro neste escândalo pedófilo de nível planetário é a opção a politica da Watch Tower, onde  a grande maioria dos transgressores pedófilos que neguem a acusação perante as comissões judicativas internas, são mantidos activos na organização mesmo no caso de alguns que acabaram condenados na justiça civil, isto porque juridicamente à moda da lei divina de "olho por olho, dente por dente", em caso de falta comprovada de duas testemunhas oculares, o acusado que negue acusação não pode ser excomungado, conforme explicação tornada publica pelo porta-voz oficial das TJ disponibilizado neste canal de noticiais oficiosas, aberto, disponível, oficioso, mas desconhecido de todo um público de milhões de irmãos TJ (?!), e onde são portanto dirigidas aos média, imprensa em geral, todas as notícias e declarações oficiosas, pois é para isso que se destina, informar o mundo, omitir do "grande rebanho da multidão". São assim os meios,  oficiais ou não das superorganizadas TJ para veicularem suas próprias notícias. E portanto aí está a explicação para a manutenção de tais pedófilos e dada para todo o mundo (e atenção, nunca é demais salientar, não confundir e misturar mundo com as TJ como mais abaixo se explicará.)
Haja paciência pois só se encontra uma forma de conclusão para este parágrafo:ovelhas... com pastor.

 

__________

 

Não obstante o atrás mencionado, regra geral entre toda a comunidade TJ, para não transgredirem àquilo que acreditam estar correcto vão até as últimas consequências.

 

Eu próprio, à titulo de exemplo:

dispus-me aos dezoito anos, e estava mentalizado para isso desde os 13/14 com a maior das naturalidades, como de resto todo e qualquer outro jovem TJ da minha idade e muitos outros mais velhos que eu, já o haviam feito, ao enfrentarem a pena de prisão efectiva de 3 anos, algumas executadas e cumpridas mesmo em Portugal a alguns jovens TJ, por recusa à aceitação do serviço cívico, a proposta legal alternativa a quem se declara-se Objector de Consciência ao serviço militar (uma vez que este último era inequivocamente recusado por TJ, politicamente neutras, exemplarmente recusantes no empunhar de armas e tudo o demais relacionado com estrtégias militares ou de segurança pública). Em Portugal recusaram peremptoriamente durante várias décadas o serviço cívico alternativo, alegando que não seriam por isso desvinculados militarmente, pois que continuariam sob tutela militar, e que enquanto homens, "não estão dispostos a servir a homens, apenas servem a Deus"  citando assim os próprios "actos dos apóstolos", do primeiro século DC,  e em resposta ao Governador Romano que os havia encarcerado e pretendia impedir a proliferação da evangelização cristã que estes realizavam de porta-em-porta, aldeia-em-aldeia.

 

Não se envolvem por isso em qualquer outra organização, associação, ou o quer quer que seja para além de casa, família e trabalho, que não "a organização" da Watch Tower; se forem federados e praticarem qualquer desporto, são reprimidos e não progridem na carreira cristã; se servirem como voluntários numa associação de bombeiros, cruz vermelha ou qualquer ONG (que não a watch Tower, realce-se isto apesar deles desconhecerem que afinal há uma ONG que estão a servir), se o fizerem, não progridem na carreira cristã; no fundo, são vastos casos como estes agora exemplificados em que a Watch Tower delega à consciência de cada um, mas que se a consciência de esses "cada um" não for na direcção do eticamente mais aconselhado e aceite por eles, não há progressão para ninguém...

 

O meu processo civil de pedido de objecção de consciência e recusa militar, teria sido um dos últimos 600  que os tribunais portugueses teriam em mãos simultaneamente, conforme notícia dada pela RTP nos anos 90, e que culminariam com uma  "nova luz de entendimento divino"  finalmente deliberado e atingido o consenso de maioria de votos pelo Corpo Governante  da Wacth Tower que durante décadas levava à votação deste preciso pedido de alteração directiva, chegados de todo o mundo mas que teimosamente foi chumbado por várias vezes, durante largas décadas, pelos mesmos praticamente 13 homens que só na década de 1990 chegaram a um acordo e consenso de votação necessária para alterar regras basilares: deliberação aceite por maioria de 2/3 (dois terços). E esta foi tão somente mais uma directiva, um dogma, que custou garantidamente largas dezenas de vidas e centenas de prisões, enquanto 13 homens não chegaram a um consenso.

 

Esta foi uma directiva que vivi, e anos mais tarde não tive explicação para dar ao meu irmão  5 anos mais velho, sobre a mudança, pela organização religiosa, de política directiva neste dossiê: Objectores de Consciência.

Ele, um dos muitos que passou tantas noites de insónias com medo de ir mesmo para a prisão. Um (1), dos dogmas que Raymond Franz, ex-membro desse mesmo Corpo Governante e que participou durante mais de uma década na votação de algumas destas mudanças e reviravoltas directivas, que marcariam várias gerações,  faz alusão e bem explica no seu livro «Crise de Consciência», que mais a abaixo se menciona.

 

O Simples facto de ter premido o botão de ordem: "Publicar este post" foi o suficiente para ter sido muito provavelmente catalogado e incluído na lista a que Ray Franz à muito pertence, num dos entendimentos e sentimentos do que a doutrina têm de mais fanático: a rotulagem de todos os ex-membros TJ que assumam publicamente discordância com a religião, como apóstatas. Foi o que passei a ser, muito provavelmente, no entendimento deles. Se já nem a minha mãe, irmãos ou filhos que venham a sair de casa, me deveriam dirigir a palavra, nem um simples bom dia, à luz de suas leis bíblicas imagine-se agora.

Qualquer um, que tenha em sua pose dados suficientemente válidos para por em causa essa Crescente, mas desconhecida organização, e que pela sua consciência cívica sejam  impelidos a fazer o que hoje fiz,  acaba mais dia, menos, por ser tal rotulado.

 

 O holocausto «

As Testemunhas de Jeová foram o grupo religioso que mais dores de cabeça deu a Hitler apesar de se contarem em muito menor número que os judeus.

Pois que nunca conseguiu fazer nada deles. Acabavam fuzilados, ou queimados, ou extreminados na câmara de gás - e preferiam-no - perante a alternativa proposta durante dias, meses a fio, sob torturas inemagináveis, perante proposta de liberdade a troco de uma simples assinatura de renuncia de fé. Bastava assumirem isso, uma simples assinatura. Quantos de nós assinaria-mos, por assinar, falsamente sem pensar nisso, coisas bem menores?

À Atenção: Nesta questão do holocausto, como em muitas e inumeras outras que bem conheci e vivi, não havia norma directiva organizacional que se mete-se. A direcção do Corpo Governante das TJ delega a decisão na consciencia individual de cada um, e cada um acabava por delegar a sua consciencia às mãos de Deus...

 

Se o regime de Hitler fracasava pela obtenção de uma simples assinatura, muito mais fracasaria na tentativa de  denuncia pelos encarcerados sobre os dirigentes locais ou outro "simples  irmão". Esta última faceta também sucedeu em Portugal no regime de ditadura pela mão da PIDE, mas ficava-me para já na provação de fé que as TJ sofreram no holocausto, Segunda Guerra Mundial. E sobre isto, "convidava a assistência" (cliché, muito usado pelos palestrantes das TJ à sua audiencia, quando pretendem dirigir o seu discurso para os testamentos biblicos) a assistir ao vídeo que se segue abaixo, ou outro intitulado "Triângulos Roxos" disponível no website da organização: wacthtower.org .

 

 


 

Fanatismo, mártires: sinais de seita, não de religião «

 

As Testemunhas de Jeová, são mais ampla e  reconhecidamente associadas à sua obra de evangelização de porta-em-porta, o que as caracteriza. No entanto, qualquer governo, entidades laborais e patronais bem como outras no geral, lhes reconhecem e as associam, quer à sua conduta, valores e honestidade, mas muito também, à sua "fibra" e integridade, uma resistência e persistência que acaba por se lhes tornar inata e inabalável, a transgredirem perante sua fé, e aquilo que acreditam estar certo. A recusa de transfusões de sangue é a questão mais mediática e exemplificativa de um dos grupos mais bem organizados, o que gerou/obrigou por exemplo nesta vertente ao desenvolvimento pela ciência médica, e foram de facto descobertos e aplicados actualmente em larga escala, vários tratamentos alternativos sem sangue, que obrigam o corpo humano a gerar os componentes de sangue, vitais, de forma inumeramente  mais acelerada ao que seria normal, até repor a estabilidade clínica do paciente. Tais tratamentos têm sido de grande eficácia, e tratamentos sem sangue existe por causa delas, TJ.

Ainda relacionado, outro exemplo que vem do Ministério da Saúde do estado do Canada, que ponderou já a cerca de 10 anos introduzir estas técnicas de tratamentos sem sangue


mencionadas, como regra geral da sua medicina, e salvo erro meu (verificarei pois sei que li, mas carece de pesquisa comprovativa válida) introduziu mesmo vários destes novos métodos na sua politica, tudo derivado as fortes probabilidades de transmissão de pandemias inatas às transfusões de sangue.

 

Apesar desta faceta mais mediática conhecida das TJ,  erroneamente associada a casmurrice ou burrice mesmo, pelo contrário este é um grupo de indivíduos regra geral bem  instruídos à vários níveis, académicos inclusive, em qualquer um dos mais de 230 países que estão presentes.

 

No entanto raramente põem em causa: se necessário deixam cair a própria vida e muitos assim o fizeram, muitos continuarão a faze-lo, se necessário.

Sua religiãoLeia-se: "O reino de Deus", tem de de vir em primeiro lugar. E este é o seu modo de vida. (Mateus 6:33)

E, assumem! E é por uma vida prometida segundo eles. E que acreditam que será eterna, E em condições paradisíacas. E é isto que os move nesta terra E, neste mundo, local onde  tudo é considerado também por elas, como contaminado por Satanás o diabo, mais um dogma levado muito a sério com base em João 15:16-20: [...] porque não fazeis parte do mundo, mas eu vos escolhi do mundo, por esta razão o mundo vos odeia."[...].

 

A maior demanda literária do mundo 

e credênciais pessoais «

 

Reconhecida sobretudo pelo seu parque industrial de impressão de publicações, A Wacth Tower, organização legal representativa das TJ no mundo, detêm um dos maiores, senão mesmo o maior parque de impressão literária do mundo (tudo assim indica), responsável entre largas centenas de outras publicações, pela revista "A Sentinela" órgão que orienta os seguidores, também direccionado ao publico geral.

 

Esta é a revista  e item literário quotidiano, entre qualquer outro género de publicação mundial, que conta com o maior background alguma vez imaginado. Trata-se de um item com tiragem quinzenal e distribuição mundial, publicada simultaneamente em 172 idiomas, e em braile (para invisuais), e ainda uma outra versão letra grande para leitores com dificuldades ópticas, "falta de vista". Conta com uma tiragem média de 37.252.000 (37 milhões, não há outra publicação no mundo com igual ou superior tiragem)  e a rondar os cem anos de existência de publicação ininterrupta. Possui ainda milhares de outros títulos em livros, cassetes áudio, VHS,  CD, DVD.

 

Pode-se considerar que sempre possuíram uma veia pioneira em tudo o que abraçam.

O Fotodrama da Criação é o melhor, maior e mais antigo item de isso mesmo. Quando os filmes mudos conheciam o despertar do seu auge, eis que a Watch Tower proporciona a Milhões que o assistiram, àquilo que foi foi a primeira exibição de um filme sincronizado com som. Segue-se uma breve mostra da introdução pelo fundador das TJ daquilo que foi uma longa-metragem que deixou "mudos de espanto" a indústria cinematográfica no ano de 1914, aquele que é o ano onde se centra toda a fundação e profecia central da doutrina TJ.

 

 

 

_________

 

O empenho que dediquei a causa TJ penso que pode ser avaliado mediante os marcos atingidos a nível pessoal. Esta é uma organização que valoriza sobremaneira esses alvos atingidos e incentiva inclusive que cada um de seus publicadores imponham a si mesmos alvos à atingir como se de uma meta de maratona a cortar se trata-se.

"Religiosamente" todo publicador tem de relatar/dar a conhecer aos arquivos da organização mensalmente, o tempo em horas despendido na obra de evangelização porta-a-porta, quantidade de publicações distribuídas, quantas pessoas revisitou naquele mês, o número de estudos bíblicos que dirigiu,(duração cada de 1hora/semanal), e continua...

 

O irmão Paulo Jerónimo da Silva (eu próprio) atingiu o que de resto desde a infância se lhe augurava. Durante meus primeiros 23 anos de vida, tempo que militei, cheguei ao cargo abaixo do topo nível congregacional (cargo de topo é designado por ancião), ao de Servo Ministerial com 21 anos, baptizado que fora aos 14, por opção e a pedido próprio, só aceite após verificação do pedido com plena consciência de quem o faz, no meu caso, menor de idade, com conhecimento/consentimento paternal, conforme as normas da organização.

 

Desenvolvi várias responsabilidades a nível congregacional/local. Em criança, encontravam-no facilmente na linha da frente de voluntários para a montagem/desmontagem de grandes palcos nacionais de congressos de circuito e distrito. A nível da doutrina, fora instruído por um jovem varão, Lúcio Graça, nome conjuntamente com o de sua esposa, Guida, reconhecidos e credenciados por praticamente qualquer um, em toda a comunidade TJ do País, e estrangeiro inclusive. Assim foi até 1987 (12 anos de idade) . Por essa altura Lúcio Graça, já casado, terá ingressado no que  penso continuará até os dias de hoje, a servir  já por cerca de 20 anos, como Missionário Internacional, Na obra de evangelização em Moçambique.

Quando  este missionário começou a dar os primeiros passos para ingressar no serviço missionário, passei a ser então conduzido na instrução por Gilberto Martins,Servo Ministerial na congregação de Monte Real, Portugal (dos meus 3 aos 7 anos minha família viveu e serviu nas TJ em Espanha), chefe de família, Marido de Ermelinda, pai de Itamar de Jesus,  Cubanos, que haviam fugido à forte perseguição imposta as TJ em Cuba, e se "refugiaram" em Portugal. Actualmente a família está a servir em Florida, EUA. Não sei se está situação já foi corrigida, mas durante mais de 20 anos, esta família como qualquer outro cubano que desertasse do País por aquelas causas, estava impedido de regressar. Nem por um dia que fosse à visitar familiares... nada.

Gilberto Martins, pessoa por quem guardo das melhores recordações e sentimentos, levou-me ao baptismo então, aos 14 anos.

 

Era habitué, sempre fora habitué, de casas e famílias com evidente espírito pela causa TJ, abnegadamente, sem quais queres contrapartidas que não a paz espiritual (ao contrario do que se pensa popularmente quanto a pagamentos) . Sempre tivera, desde tenra idade, a vontade e alvo à atingir, o de ingressar no serviço de Betel, fosse por cá, na filial coordenativa nacional das TJ situada em Alcabideche, arredores da capital portuguesa, fosse numa outra filial qualquer que a necessidade e falta de mão de obra por ocupação de lugares, me desse o privilégio de ser chamado.

Ou seja, meu alvo teocrático e de vida? Aplicar todas as minhas aptidões físicas e intelectuais em prol da obra organizacional, como trabalhador de Betel, regime de internato aberto, chamemos-lhe: Sem renumeração, com subsistência a cargo da Watch Tower, quarto refeições, e um pequeno subsídio para gastos pessoais.

 

Paulo Jerónimo da Silva era considerado uma "jovem promessa" dentro da organização. Conta-se entre pares:  bondoso no trato, hábil de palavra e raciocínio, algo introvertido, frequentador com excelentes notas no cadastro de aplicação à tribuna (e isto existe, na busca de aconselhar, e assim melhorar, os handicaps do aspirante a orador) da «Escola de Ministério Teocrático», desde os 9 anos, escola essa que mais não é do que uma reunião  semanal instrutória das TJ , regra geral de auditório cheio de assistência, e por onde todos os servos têm de passar, e terão de  continuar a frequentar, em aprendizagem constante, duas horas por semana, a par com a outra reunião de instrução bíblica: a Reunião de Serviço.

 

Aos 10 anos já era aplaudido por plateias com mais de 100 assistentes após conclusão do discurso desenvolvido com base na leitura de um trecho semanal da bíblia. Aos 19 já dirigia o "Estudo do Livro" , outra das reuniões tipo curso de aprendizagem para novos e de reforço para veteranos, aos 21 estava então na apto para a responsabilidade de proferir Discursos Públicos na principal Reunião Pública semanal da TJ, normalmente aos domingos, bem como na condução da 2ª hora dos domingos, o estudo por perguntas e respostas de "A Sentinela".

 

Perdoe-se-me a chamada para aqui desta, talvez chata lista de credenciais teocráticas, mas opto por coloca-la por saber que está a ser lida por vários que como eu nasceram ou têm ou tiveram largos anos de vivência entre as TJ,  ao que a minha "lista de credenciais" pesará (ou não) provavelmente na sua relevância, ou não, do citado.

 

Ao que interessa:


O Problema nesta organização religiosa, e um pouco transversal a muitas das demais, é que quanto mais progrides, mais conheces a realidade da directiva de quem demanda e para isso tem poder, que se justifica, e e na qual todos acreditam sem inventarem questionar (actividade fortemente reprimida no seio), concedido, pela graça do Espírito Santo de Deus, Jeová.

O poder central, hoje entregue a pouco mais de 10 homens, vários já sem a condição de santos (Cristãos Ungidos) por falta de candidatos vivos, ou de vocação, pois acredita-se no numero limite mencionado no livro de Apocalipse para 144 000 santos escolhidos a governar a terra, com Cristo no céu, após a grande Tribulação e consequente har-magedon.

 

Lí "O Manual dos Anciãos" apesar de ser um livro muito bem guardado e que me estava vedado por não ter o estatuto de ancião. Várias directivas que os anciãos das TJ recebem por esse meio, são simplesmente "de bradar aos céus"... A larga maioria das TJ, desde os Publicadores (membros das bases habilitados a publicar de porta-em-porta) aos Servos Ministeriais, mais uma vez desconhecem a existência deste canal.

 

Portanto, conheci muito daquilo que são directivas internas, o modo de funcionar directivo e  hierarquizado, muito bem organizado e cumprido pelos incumbidos e responsáveis de por em prática,  aquilo que "a grande multidão das bases" nunca chega a saber, nem lhes cabe saber. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

No ínterim, das bases espera-se que pertençam a classe bíblica simbólica das ovelhas, pelo que não deve ser preciso acrescentar muito mais, imaginem a legitimidade e a subserviência que o esmiuçar destas palavras conferem às mais altas e por incumbência, às mais baixas patentes TJ: Mateus 25.31-33:

 

31 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; "    Texto interpretado pelas TJ como sendo executado por Jesus Cristo, de quem a Wactch Tower se considera e apresenta como sendo a noiva (de Cristo) simbólica de quem o apocalipse faz referência.

 

Para quem se esforça e acredita servir uma organização religiosa, e ainda para mais que  apregoa e induz a valorizar a condição de livre arbítrio, então meus amigos, e depois de já ter visto cair redondamente, nestes meus 34 anos de vida, tantas tantas peças que ocupam posições hierárquicas quais "rainhas estratégicas" - membros dos mais altos cargos - do tabuleiro de xadrez que a Wacth Tower joga, bom... pois que tenho para mim ser uma inevitável e mera questão de tempo, para que um servo sincero e leal aos ensinamentos da bíblia e na posse plena do que foi realmente o legado de Jesus cristo, enfim, será uma mera questão de tempo para se chegar a tal encruzilhada mental citada no livro "Crise de Consciência" por Raymond Franz, ex-membro durante 13 anos do Corpo Governante órgão máximo executivo/deliberativo das TJ ( designado por "Escravo Fiel e Discreto"), que renegou a organização. Para além de pertencer ao Corpo Governante, era um 144 000 "cristãos úngidos", da classe considerada santa após à morte, pois que são ressuscitados imediatamente para governarem a terra com Cristo no Céu.

Foi a primeira grande machadada, estou em crer, a maior de toda a história da religião, na ocorrida na década de 80. A partir desta altura, o crescimento em voga sofre uma travagem, começam a abandonar a fé, a conta-gotas, um sem número de fieis baptizados, as desassociações por ano crescem a um ritmo alucinante, a situação começa a ser mesmo preocupante para Brooklyn, N.Y.

 

 

 


 

Livre arbítrio «

 

Quer pela minha própria experiência de vida, bem como pelo que me foi dado a conhecer pelas experiencias de outros que assim testemunharam como neste artigo me proponho a fazer, que estou convencido em ser este mesmo o grande handicap (graças a Deus?!) das TJ. O tão apregoado livre arbítrio concedido por Jeová Deus, ao primeiro casal humano, Adão e Eva, e consequentemente a restante humanidade.

Mas eles desperceberam isto e  no início da década de 90 optaram antes por combater os perigos para a organização apresentados pelo advento da internet, como se houvesse forma de para-lo. Lançaram inúmeros artigos nas suas publicações, subliminarmente impregnados de uma forte censura como sempre o fizeram ao cinema e TV. A única coisa que conseguiram foi acordar moscas mortas e neglegenciaram a maior e mais antiga das lições que vinha de há 6 000 anos à esta parte do Jardim do Édem: fruto proibido é o mais apetecido.

 

Por isso desperceberam, subestimando, e foi com a world wide web que o livre arbítrio encontrou uma longa auto-estrada para percorrer por entre tantos, e tanto tráfego, a uma velocidade vertiginosa.

 

Foi com a world wide web que descobri esse grande testemunho de Raymond Franz  no livro "Crise de Consciencia".  Foi somente por meio da internet que tive possibilidade do encomendar e adquirir, depois de vários meses de procura e pedidos frustados feitos em papelarias de renome portuguesas que acederam a tentar importar um exemplar a partir de uma nota de encomenda internacional de itém único, e que não mo conseguiram. Unicamente através da rede, essa "teia de aranha" para as TJ, por pedido direto a editora americana do livro, lá me chegou as mãos, pela maior "ferramenta" de Satanás o diabo, após o advento da televisão. Este é somente o livro mais exclarecedor a circular entre o impressionante e crescente número de  ex-TJ, vários deles organizados. Este será o que chamam de um livro apóstata , ao qual qualquer servo activo TJ fugirá mais depresa ainda, do que aquilo que o diabo foge da cruz.

 

Se ainda não chegaram a essa conclusão internamente , enquanto organização - desconheço ao fim de mais de 10 anos de afastamento da Watch Tower - pois que chegarão!

 

E não tenho dúvidas, trata-se de uma bandeira menor, mas será mais uma das "iluminadas espirituosas" inversões de política e arrumar de bandeiras outrora bem desfraldadas e levantadas: o apregoado livre arbitrio, como tantas outras ao longo de mais de um século da existência destes estudantes da bíblia fundados por Charles Taze Russel, no seculo 19, e que foram doutrinas basílares. Entre outras, depois de falharem a profécia do dia do Apocalipse a ocorrer no ano de 1975 (por coincidencia o meu ano de luz, azar! Se cumprida a profecia, sempre se poupava  este artigo) , o que custou uma saída em massa de milhares de fiéis ao mesmo tempo.

Nunca mais arriscariam uma data fixa para o dia de acerto de contas de Deus com  a humanidade e, passaram a jogar pelo seguro apostando, leia-se profetizando, que o fim deste sistema de coisas (final da regencia humana na terra)  teria de ser presenciado pela geração literal dos nascido na década do ano 1914 . perante a factual falta de resultados, e antes que desaparece-se de vez aquela geração de 14 ainda viva, na década de noventa mudaram pela 3ª ou 4ª vez esta doutrina e romperam de vez com o balizar de prognósticos, vindo dizer no mesmo dia em todo o mundo, numa reunião/explicação convocada aos seguidores,  que o har-magedom ficaria para uma altura incognita, e que provavelmente, o que a bíblia queria dizer com a citação de uma geração que presenciaria esse dia, era de que se tratava de uma geração da era de 1914, era essa indefenida.

Muitos servos ficaram então, e finalmente, exclarecidos... e eu fui um deles que não encaixei, tantas adaptações convenientes para a principal doutrina da religião. No final dessa reunião, terminada que foi com a habitual oração de graças em despedida, e onde logicamente se deram mil e um louvores a deus por mais um "exclarecimento de luz por intermédio do espirito santo", seria a primeira vez que me lembro de não responder "Amém!" no coro em uníssono final.

 

Livre arbítrio,

uma condição dada e sobre-valorizada pelo próprio Deus da bíblia no relato e decisões do todo soberano, perante a decisão de Adão e Eva: Ou permaneceriam sob a bênção e orientação de Deus, ou pecariam e adquiriam independência, por  afastarem-se de Deus. E que por este foi permitido, pois só lhes tinha imposto uma condição: Usar do livre arbitrio e que escolhesem em provarem ou não do fruto da árvore da vida, o fruto do pecado original.

 

À luz da bíblia, esta é a primeira e a última, a elementar história de toda a humanidade. Pode-se considerar um Alfa e Omega, o princípio e o fim. Foi com o seu consentimento, pela sua imposição, sim, foi pelo livre arbitrio, que a humanidade conheceu o pecado, o que só demonstra o condão humano em usar mal esta caracteristica divina, pois que o homem foi feito à imagem de Deus. Deus esse, Jeová (Salmos 83:18), que permitiu que a humanidade descende-se daquele primeiro casal, ao invés de cortar o mal pela raiz e recomeçar o projecto humano de novo, com outro casal livre do pecado... e por isso as TJ tanto o defendem o livre-arbítrio, desde que não choque com o que eles dizem ser "a verdade"(um chavão. o termo carinhoso com que as TJ se referem a sabedoria divina que adquirem na organização).

 

Não há hipotese, chega-se a um ponto de encruzilhada inevitável para quem for de mentalidade aberta e primar pela liberdade, caracteristica inata, e muito das TJ, devido as lutas que sempre travaram e travam pela falta de liberdade religiosa e de expressão, persiguição e proscrição mesmo, nos países em que estão, mais de 230, e perfazem já mais de 7 milhões de seguidores baptizados, com outros tantos em instrução bíblica, para se virem a baptizar também, condição que a maioria destes estudantes nunca atingirão, pois esse é um passo de  acrescida responsabilidade entre o seio da seita, e não o permitem ao "desbarato"...

 

De todos os quadrantes, desde servos máximos da hierarquia e ungidos, ao simples homem das bases, que todos os anos as TJ têm visto cair peças chaves do seu xadrez organizacional, arrastando consigo muitos de seus peões. Neste "tabuleiro" em que a watch Tower joga, de constantes ataques/defesa/contra-ataques,   esta seita religiosa atravessa uma das mais sérias ameaças de "cheque" bradado aos 7 ventos. É constante, sobretudo nos paises evoluidos, onde outrora houvera grande margem de manobra, hoje assiste-se a queda de bispos, cavalos, rainhas e "torres de vigia". "Mas Estava profetizado que nos últimos dias seria assim" - contra-argumentam eles.

 

Seu campo fertil continuará a ser países devastados pela fome, guerra e tragédias naturais. Só uma camalidade e o espírito carente de uma nação, como o proporcionado pelos acontecimentos de 11 de setembro, permitiu à  organização um temporário inverter de marcha no que é uma descida de crescimento em flecha dos que aderem, nos EUA, o seu próprio país de origem.

Mas que se tire o último cavalo que resta neste xadrez em batalha da chuva: Pois que não haja dúvidas, a organização melhor organizada no mundo saberá persistir até ao cheque-mate final. Este último por Deus, quem quer que ele seja.

 

 

Verdade ou liberdade(?): eís a questão «

 

Comecei a questionar esta e demais religiões na adolescência enquanto cursava o ensino secundário, com a mais temida de todas as disciplinas escolares pelos país e diregentes TJ: os ensinos de filosofia. Fui desassociado (ex-comungado) a primeira vez aos 17 anos. Fui readmitido, a meu pedido, aos 18 anos, mas a dura realidade da vida, da condição de pai e pre-maturamente chefe de familia, começaram a ser ainda mais exclarecedoras para mim. Consequentemente por volta dos 22 anos fui abandonando no íntimo "aquela fé", apesar de me manter a frequentar os locais de instrução/adoração. Fui desassociado pela 2ª vez aos 23 anos de idade. Agradeço, não sei bem a quem ou ao quê, esse dia meu dia de Abril.

 

Hoje e sempre,

mais de dez anos passados como ex-TJ, sempre com a mesma filosofia de vida que generosa e amorasamente, sei como mais ninguém, ter-me sido concedida desde o berço pela mão bondosa de minha mãe, que conhecera "a verdade"pouco antes de minha gravidez e fiel seguidora que se mantém até hoje, Fui levando avante o mesmo de sempre, o abençoado livre arbítrio, na busca daquilo que chego a conclusão de ser a grande mensagem-chave da bíblia envolta  e abafada pelos escritos sagrados e só ao alcance de uma pesquisa meticolosa que consiga discernir e separar, o fundamental do acessório: 

 

É que o Deus da bíblia julgará os humanos um a um,  tendo por bitola principal a forma e uso que cada um dos seus réus deu ao seu misericordioso, livre arbítrio. Este é o princípio, este é o fim. Tudo mais é acessório.

 

E eis que é este o grande ensinamento que retiro e dou graças por me ter sido passado pela mão de meus antecessores, que procuro continuar a manter, a fazer bom e pleno uso, e a inculcar nos meus filhos como peça fundamental a cunhar, como o maior dos vincos basilares de personalidade.

 

Mas que continuo a intorrogar-me, no que diz respeito ao divino, continuo.

 

  

por Paulo C. Jerónimo da Silva

Ex-membro TJ.
Para além da esperiencia de vida,

este artigo contabiliza mais de 36 horas, em consulta,  pesquisa e edição.

http://cosmeticas.org/30248.html | Portugal, 18.11.2009

 

 

 

 

 

 

 (*) Nota Final

 

 Pela relevância e marca indelevel que este post contêm, este artigo será o primeiro  por aqui a assumir a etiqueta de crónica congelada: estes tratam-se de posts a serem desctacados e mantidos na barra lateral direita do blogue cosmeticas.org, os quais poderão vir a  ser descongelados para perante eventuais novos desenvolvimento da temática, e novamente e então re-editados.

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