Amanhã será o primeiro dia do quê?
A nação está mobilizada, o manifesto reivindicativo é público e dizem que não desmobilizarão enquanto não forem atendidos. Que assim seja. Porque se o dia de amanhã vai ser mais um dia, ou o primeiro dia do resto da nossa vida, está nas mãos dos Portugueses.
As forças de segurança estão prontas, infiltradas inclusive no meio dos manifestantes, e apelam ao cumprimento da lei. A classe política faz eco do mesmo. O Primeiro Ministro falou ontem sobre o assunto, e no seu tom de paternalismo diz que "espera que as manifestações decorram com calma e tranquilidade". António Costa e a classe política não sabem com o que lidam. No fundo o que ele diz aos portugueses é o que um pai responde a um filho quando faz birra: chora, chora, que quanto mais choras menos mijas.
Sucede que a democracia portuguesa já não é nenhuma criança. Está a sair da adolescência, a amadurecer, a tornar-se adulta. Tem sangue na guelra, quer mundo. A força motora deste país já não é o Portugal manso, Costa. Quem hoje reivindica já nasceu em democracia, não tem medo da policia ou do chicote porque nem sequer sabe o que é andar a toque de chicote. Não estão habituados a ficar calados. Não é o reverente povo de outrora que presta vassalagem ao sr. doutor e sr. engenheiro, porque somos todos doutores e engenheiros, para isso os nossos pais lutaram, e a agora é a nossa vez de lutarmos, por nós, por os nossos filhos, e por eles que nos deram a democracia. Temos de honrar essa herança que nos ofereceram e com as armas dela lutaremos. Porque basta de nos roubarem a democracia. Que ela é nossa e não vossa - seus corruptos e polutos.